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Quando se luta, umas vezes ganha-se, outras perde-se. Quando não se luta, perde-se SEMPRE!
segunda-feira, 5 de maio de 2008
Principal Sousa
Principal Sousa é o terceiro vértice do triângulo do PODER - neste caso, representa o poder religioso:
- é uma figura que personifica uma noção de Igreja contrária aos exemplos de Cristo e de Frei Diogo de Melo (autocrática, dognática, comprometida com o poder político, conservadora, falsa, hipócrita, defensora dos seus próprios interesses ...);
- é uma personagem obscurantista, procurando conservar o povo na ignorância para que os tiranos possam governar livremente;
- odeia os ideais revolucionários e os franceses, considerando-os responsáveis pelo espírito revolucionário que germina;
- é um homem deformado pelo fanatismo religioso e pela hipocrisia - aparenta uma preocupação falsa com a condenação de Gomes Freire, um inocente;
- é um seguidor dos princípios do maquiavelismo: as razões de estado tudo justificam;
- nutre um desejo de vingança pessoal relativamente a Gomes Freire;
- embora deteste o marechal Beresford, reconhece que necessita do seu auxílio para manter o poder;
- as suas falas (faz uso de uma linguagem estereotipada, com um tom paternalista, falsamente compreensivo) e atitudes demonstram ausência de valores éticos e um paternalismo falso e beato;
- é humilhado e desmascarado por Matilde, sem que consiga reagir às brutais acusações que ela lhe dirige.
Sintetizando, Principal Sousa simboliza:
- o conluio entre a Igreja e o Poder (vide Salazar e Cardeal Cerejeira);
- o não cumprimento da missão segundo os cânones da Igreja católica, daí a hipocrisia, a ausência de valores éticos e cristãos, o pactuar com a injustiça ...);
- a política do «orgulhosamente sós»: "Enquanto a Europa se desfaz, o nosso povo tem de continuar a ver, no céu a cruz de Ourique." (p. 40).
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