domingo, 18 de abril de 2010

Tempo histórico

          A acção da peça remete-nos para a revolta de 1817, contendo referências muito concretas ao contexto que se vivia:
» referências à Revolução Francesa;
» referência à revolução de Pernambuco, ocorrida em 1817 e que inspirou, de certo modo, a conspiração portuguesa desse mesmo ano;
» referências às invasões francesas;
» referência à ida da corte portuguesa para o Brasil, motivada pela presença dos franceses;
» os negócios do reino ficaram a cargo da Regência (Junta Provisória);
» a aliança de Portugal com a Inglaterra (os ingleses instalaram-se em território luso desde 1808 para reorganizar a sua defesa);
» o clima de recessão económica e de instabilidade social, decorrentes das invasões francesas (ocorridas em 1807, 1808 e 1810), com referências à miséria do povo e à estratificação social;
» as perseguições políticas constantes, baseadas na delação, no compadrio e na troca de favores, reprimindo a liberdade de expressão, a circulação de ideias e qualquer tentativa de implantação do liberalismo;
» a repressão dos conjurados de 1817, levada a cabo pela Junta Provisória;
» a condenção à morte de Gomes Freire de Andrade, um estrangeirado liberal e militar competente e prestigiado, supostamente envolvido numa conspiração. 

Tempo da representação

          O tempo de representação corresponde à duração da peça e está dependente da extensão do texto, do ritmo sugerido nas didascálias e do encenador, mas, regra geral, corresponde a um período curto.

          No que diz respeito às épocas da representação, por motivos políticos, a peça foi representada pela primeira vez, em antestreia, na sede do Club Franco-Portugais de La Jeunesse, em Paris, a 1 de Março de 1969, e foi estreada no dia 30 do mesmo mês no Théâtre de l'Ouest Parisien, também de Paris.

          A primeira representação em solo nacional ocorreu no Teatro Nacional, em 1978, com encenação do próprio autor.