A acção de Memorial estrutura-se a partir da construção de três núcleos.
O primeiro desses núcleos refere-se aos DOMINANTES, aqueles que detêm o poder e dele fazem uso em seu proveito pessoal. É constituído pela realeza e pelo clero, mais concretamente o alto clero, que, sucessivamente, nos é retratado em termos caricaturais (por exemplo, a relação sexual entre os monarcas, ou a cena em que é descrita a fuga precipitada de um frade, apanhado, em plena relação sexual, por um marido enganado).
O segundo núcleo diz respeito ao universo dos DOMINADOS, contemplando quer os operários que trabalham na construção do convento de Mafra - cujo trabalho denodado e sacrificado o narrador não se cansa de exaltar e, em simultâneo, condenar, por resultar da vaidade e da megalomania do rei -, quer as sequências em que sãop denunciados a guerra, a fome, a mendicidade, a prostituição, a criminalidade, a opressão, as desigualdades sociais, etc.
O último núcelo contempla as situações ALTERNATIVAS, isto é, a construção do convento e a da passarola, bem como a relação amorosa vivida por Baltasar e Blimunda.
Quando se luta, umas vezes ganha-se, outras perde-se. Quando não se luta, perde-se SEMPRE!
segunda-feira, 31 de maio de 2010
Planos
Em Memorial do Convento, existêm três planos narrativos:
- o plano da História: o narrador apresenta-nos o Portugal do século XVIII, em pleno período barroco, uma época de excessos e de acentuadas diferenças sociais;
- o plano da ficção da História:
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