sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Aula 11

. Reflexão,após entrega dos trabalhos de análise textual, acerca de alguns erros de escrita detectados.

. O contexto que envolve o surgimento do Modernismo:
  1. A repartição do território africano na Conferência de Berlim (1884-1885): na passagem do século XIX para o séc. XX, a Europa dominava política, económica e culturalmente o Mundo, tendo as potências industrializadas desenvolvido uma política expansionista, nomeadamente em África, no intuito de obter matérias-primas a baixos preços e chegar a novos mercados. O movimento expansionista acentuou a rivalidade entre as principais potências europeias. Para tenta diminuir estas rivalidades, os países com interesses em África decidiram, na Conferência de Berlim, repartir o território africano entre si, estabelecendo o princípio da ocupação efectiva: os territórios africanos deveriam pertencer aos países que os ocupassem de facto, em detrimento dos direitos históricos.
  2. O mapa Cor-de-Rosa: com o intuito de afirmar o seu poder em África, Portugal patrocinou algumas viagens de exploração e elaborou, em 1886, o mapa Cor-de-Rosa, que ilustrava a reivindicação nacional da posse dos territórios entre Angola e Moçambique.
  3. O ultimatum inglês (1890) e a revolta de 31 de Janeir de 1891: o projecto do mapa Cor-de-Rosa colidia com os interesses de Inglaterra, por isso este país enviou um ultimato ao governo de Portugal, exigindo a retirada das suas tropas do território situado entre Angola e Moçambique. Perante o grande poder político da Inglaterra, Portugal cedeu, evidenciando assim a fragilidade da sua colonização. O povo considerou o ultimato inglês uma humilhaçã nacional e acusou o rei defraqueza e de incapacidade para dirigir o país.
  4. O regicídio (1908): o descrédito da Monarquia foi ainda agravado por problemas económicos e financeiros. No sentido de superar as dificuldades, o rei D. Carlos enveredou por uma via repressiva, autorizando o chefe do governo, João Franco, a instaurar uma ditadura. Em 2 de Fevereiro de 1908, D. Carlos e o príncipe Luís Filipe foram assassinados, sucedendo-lhe no trono D. Manuel II, filho mais novo do rei, que demitiu João Franco.
  5. A implantação da República: apesar das dificuldades concedidas à oposição, o descontentamento continuou a aumentar. Em 5 de Outubro de 1910, implantou-se a República em Portugal. Foi então constituído um governo provisório, presidido por Teófilo Braga. Em 1911, foi eleita a Assembleia Nacional Constituinte, que elaborou e aprovou a Constituição republicana e elegeu o primeiro Presidente da República, o Dr. Manuel de Arriaga.
  6. A Primeira Guerra Mundial (1914‑1918): na mesma altura, os estados europeus formavam alianças diplomáticas e militares que rapidamente levaram à corrida aos armamentos. A Europa vivia num clima de tensão. Quando o herdeiro do trono austro-húngaro, o arquiduque Francisco Fernando, foi assassinado por um estudante nacionalista sérvio, a Áustria declarou guerra à Sérvia. Sucederam-se, de imediato, declarações de guerra entre os países pertencentes às alianças político-militares, originando a Primeira Guerra Mundial, na qual Portugal participou como aliado da França e da Inglaterra, tendo-se Fernando Pessoa manifestado contra essa participação. O elevado número de mortos apenas contribuiu para uma visão mais pessimista da existência.
  7. A revolução soviética de 1817.
  8. A agonia do regime republicano (1910—1926): os governos da Primeira República portuguesa empreenderam uma série de reformas. Na educação e na cultura, as reformas foram bem sucedidas, mas os aspectos sociais e económicos foram de difícil resolução.
  9. O golpe militar de 28 de Maio (1926): a incapacidade dos sucessivos governos em superarem a crise económico-financeira, o agravamento das condições de vida das populações e a instabilidade política tornaram propícios os movimentos de revolta contra o regime da Primeira República, que acabaria por ser derrubada no golpe militar de 1926, chefiado pelo general Gomes da Costa. Assim se instaurou a ditadura militar.
  10. A ascensão do fascismo e de Salazar: em 1928, foi eleito um novo Presidente da República, o general Óscar Carmona. A fim de resolver as dificuldades económico-financeiras, foi nomeado um novo Ministro das Finanças, António de Oliveira Salazar. As medidas tomadas por Salazar trouxeram-lhe grande prestígio e influência, pelo que, em 1932, foi convidado para chefiar o governo. Em 1933, apresentou uma nova Constituição política, que marcava o início do Estado Novo, um regime ditatorial caracterizado pelos princípios de autoritarismo, conservadorismo e nacionalismo e pela cessação das liberdades individuais e colectivas.
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