sábado, 28 de fevereiro de 2009

Augusto Gil - "Balada da Neve"

Bate leve, levemente,
A ministra da educação.
Será cega? Será doente?
Surda é certamente,
Pois não houve a Nação.

Quem bate, assim, levemente,
com tão sinistra certeza,
que não ouve, que não sente?
Não é anjo, nem é gente,
deve ser bicho, com certeza.

Fui ver. A tristeza caía
do inferno, não do céu,
na nossa escola agora fria.
- Há quanto tempo a não via!
Nem saudades tinha, Deus meu!

E uma infinita tristeza
uma grande perturbação
entra em nós, fica em nós presa.
Cai neve na Natureza
- e cai no nosso coração.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

DREN, um caso de sucessivos erros

Supostamente, uma direcção regional de educação deveria ser servida por pessoas de elevada competência a todos os níveis. Sabemos, no entanto, como o compadrio e o cartão partidário têm influência nestas lides, por isso, no fundo, ninguém pode estranhar quando da DREN surgem pérolas como a que a seguir se expõe:

É um maravilhoso exemplo de competência para todos os alunos. Quem «escreveu» isto só pode defender os testes e exames de «cruzinha» e escolha múltipla, porque, de outro modo, seria obviamente reprovado.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Camões - "Alma minha gentil que te partiste"

Alma mesquinha e vil, tu que pariste
As normas do estatudo docente,
Não tens nada de humana, não és gente,
Nada mais que injustiças produziste.

Se lá nesse poleiro aonde subiste
O estado do ensino tens presente,
Repara como és incompetente,
Como a escola pública destruíste.

Se pensas que a classe docente está domada,
Te aceita, a ti, ao Valter e ao Pedreira,
Estás perfeitamente equivocada:

Em breve encontraremos a maneira
De vos correr p'ra longe à cacetada,
Limpando a educação de tanta asneira!

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Ideias...

Dada a afluência de alunos que este blogue regista, pensei que seria interessante (para o autor), desde o interior profundo, ficar com uma ideia mais concreta acerca da origem dos utilizadores deste espaço «internético».

Assim, aqui fica a ideia para quem tiver pachorra para tal: deixar, por exemplo, na caixa de comentários deste «post», a instituição de ensino frequentada.

Fernando Pessoa - "Mar Salgado"

Ó governo salgado, quando do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por votarmos em ti, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão trabalharam!

Quantas reuniões tivemos de fazer!
Quantos papéis tivemos de preencher!
Valeu a pena? Nada vale a pena
Se a ministra é pequena.

Quem quer ser professor
Tem de passar além da dor.
Deus à Escola o trabalho e o sacrifício deu,
Mas nela é que espelhou o céu.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Magia

É simples:
  1. Pense num número de dois dígitos.
  2. Subtraia ambos os algarismos ao número em que pensou.
  3. Consulta esta tabela e veja o símbolo ou a letra correspondente ao número obtido após a subtracção.
  4. Depois clique no quadrado vermelho.

Qual é a explicação para este fenómeno?

A grande BARRACA

As associações de pais, pelo menos as representadas pelo Sr. Albino Almeida, com a possível conivência do Ministério da Educação, pretendem transformar a escola no grande barracão da minha infância... só que muito pior.

A «coisa» explica-se facilmente: quando era criança, juntamente com o grupo de vizinhos e amigos com quem cresci, brincava num grande barracão - ou alpendre, como alguns de nós lhe chamavam -, feito de pedra e madeira, onde éramos depositados, sem o sermos, pelos nossos pais, enquanto eles tratavam da sua - e da nossa - vidinha. Assim, por ali andávamos grande parte do dia, em quase total liberdade, brincando e fazendo disparates, ou, como lhe chamávamos, «asneiras»: uma telha ou um vidro partidos por uma pontapé na bola desgovernado, um empréstimo à macieira do vizinho, que era pai de um de nós, etc., etc.

Hoje, os pais e o ME querem colocar os meninos e jovens na escola entre as 7 e as 19, sensivelmente, isto é, 12 - DOZE - horas por dia. Partindo do princípio que dormem oito a nove horas por noite, basicamente pais e filhos estão juntos às refeições. Ponto. E a escola transforma-se no tal «barracão», onde estes desgraçados são depositados. Só que esse barracão não tem madeira para fazer carrinhos de rolamentos, nem um espaço infindável para jogar à bola, nem uma árvore onde subir e de onde dar tombos - tantas vezes curados, em casa, entre uma «chapoçada» de mercúrio e um sopapo «por-que-já-te-a-vi-sei-que-não-te-que-ro-a-su-bir-à-car-va-lha». Há computadores, é verdade, mas... e brincar? Saltar, pular, correr, cair, arranhar os joelhos e as mãos, levantar, voltar a correr e cair...?

Quando é um professor a dizê-lo, é porque é um «calão», um «zeco» que não quer trabalhar; porém, sendo Daniel Sampaio a escrevê-lo, talvez a opinião seja «mais credível e menos atacável».


Fonte: Pública - 15 de Fevereiro de 2009

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Fernando Pessoa - "Autopsicografia"

A Lurdinhas é um(a) fingidor(a).
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é amor
Pela escola que ela sente.

E os que ouvem com ar infeliz
Na televisão sentem bem,
Não o amor que ela diz,
Mas só o ódio que ela tem.

E assim nas calhas da vida
Gira, a corromper a nação,
Esse comboio de corda
Que se chama (des)Educação.

(c) ???

Texto de opinião: «Está bem... façamos de conta.»

Mário Crepo, quer na Sic-Notícias, quer no JN, comporta-se - leia-se: escreve e questiona - de forma tal que não tardará a não ter quem entrevistar - pois todos os potenciais entrevistados tremerão perante a suavidade e o tom não agressivo, mas sibilino, do jornalista - ou onde escrever.


Está bem... façamos de conta

Façamos de conta que nada aconteceu no Freeport. Que não houve invulgaridades no processo de licenciamento e que despachos ministeriais a três dias do fim de um governo são coisa normal. Que não houve tios e primos a falar para sobrinhas e sobrinhos e a referir montantes de milhões (contos, libras, euros?). Façamos de conta que a Universidade que licenciou José Sócrates não está fechada no meio de um caso de polícia com arguidos e tudo.
Façamos de conta que José Sócrates sabe mesmo falar Inglês. Façamos de conta que é de aceitar a tese do professor Freitas do Amaral de que, pelo que sabe, no Freeport está tudo bem e é em termos quid juris irrepreensível. Façamos de conta que aceitamos o mestrado em Gestão com que na mesma entrevista Freitas do Amaral distinguiu o primeiro-ministro e façamos de conta que não é absurdo colocá-lo numa das "melhores posições no Mundo" para enfrentar a crise devido aos prodígios académicos que Freitas do Amaral lhe reconheceu. Façamos de conta que, como o afirma o professor Correia de Campos, tudo isto não passa de uma invenção dos média. Façamos de conta que o "Magalhães" é a sério e que nunca houve alunos/figurantes contratados para encenar acções de propaganda do Governo sobre a educação. Façamos de conta que a OCDE se pronunciou sobre a educação em Portugal considerando-a do melhor que há no Mundo. Façamos de conta que Jorge Coelho nunca disse que "quem se mete com o PS leva". Façamos de conta que Augusto Santos Silva nunca disse que do que gostava mesmo era de "malhar na Direita" (acho que Klaus Barbie disse o mesmo da Esquerda). Façamos de conta que o director do Sol não declarou que teve pressões e ameaças de represálias económicas se publicasse reportagens sobre o Freeport. Façamos de conta que o ministro da Presidência Pedro Silva Pereira não me telefonou a tentar saber por "onde é que eu ia começar" a entrevista que lhe fiz sobre o Freeport e não me voltou a telefonar pouco antes da entrevista a dizer que queria ser tratado por ministro e sem confianças de natureza pessoal. Façamos de conta que Edmundo Pedro não está preocupado com a "falta de liberdade". E Manuel Alegre também. Façamos de conta que não é infinitamente ridículo e perverso comparar o Caso Freeport ao Caso Dreyfus. Façamos de conta que não aconteceu nada com o professor Charrua e que não houve indagações da Polícia antes de manifestações legais de professores. Façamos de conta que é normal a sequência de entrevistas do Ministério Público e são normais e de boa prática democrática as declarações do procurador-geral da República. Façamos de conta que não há SIS. Façamos de conta que o presidente da República não chamou o PGR sobre o Freeport e quando disse que isto era assunto de Estado não queria dizer nada disso. Façamos de conta que esta democracia está a funcionar e votemos. Votemos, já que temos a valsa começada, e o nada há-de acabar-se como todas as coisas. Votemos Chaves, Mugabe, Castro, Eduardo dos Santos, Kabila ou o que quer que seja. Votemos por unanimidade porque de facto não interessa. A continuar assim, é só a fazer de conta que votamos.
(c) JN

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Aniversário ao quadrado




Alta Noite na Sé Velha

«Comemora», hoje, este blogue o seu primeiro aniversário.


Começou por ser, como já foi escrito noutro «post», uma espécie de aposta do género "deixa cá ver no que isto dá". E se, nos primeiros tempos, o blogue foi olimpicamente ignorado, de súbito o número de visitantes começou a crescer, tendo disparado nos meses que rodearam a realização dos exames nacionais do 12.º ano.
O humilde (a clássica «humilitas» cai sempre bem...) autor deste espaço reconhece a existência de uma série bem vasta de lacunas no blogue, algo que um ou outro amável leitor, parafraseando Garrett nas Viagens, se vai encarregando de relembrar. Desde a apresentação até à orgânica, passando pelo conteúdo «massivo e massificante», muito há a criticar, porém, para algo que começou quase acidentalmente, o resultado final não é assim tão deprimente... espero...
No próximo ano lectivo, por razões de ordem profissional, este espaço será refeito «ab initio», de forma a servir de auxiliar de trabalho às turmas que frequentam, actualmente, o 11.º ano. Até lá, irá sofrendo algumas / muitas actualizações ao sabor do momento e da disponibilidade.
Em resumo, espero que seja útil a quem o «visita».

Duas notas finais:
  1. Certamente, não passou despercebida a nostalgia que por aqui paira de quando em vez, nomeadamente quando se recordam os memoráveis anos académicos através da «postagem» de «clips» de fado de Coimbra.
  2. Em jeito de «comemoração» desta data - 5 de Fevereiro - tão especial para mim, porque assinalando o dia de quem é companheira de alegrias e tristezas, de Primaveras e Invernos, nesta fugaz passagem que é a vida, aqui fica, pois, mais um vídeo dessa monumental serenata de 1988/89, provavelmente a mais emblemática de sempre, com um tema mais uma vez interpretado pela Toada Coimbrã.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Avaliação de Professores

PARA VER BEM, CLICAR EM CADA UMA DAS IMAGENS!







Todos aqueles que defendem com unhas e dentes o modelo de avaliação de professores e as quotas, aqui fica um belo exemplo de como o dito é excepcional, visa a melhoria da prática docente e distinguir a excelência e blá... blá... blá...

Fonte: educar.wordpress.com