GRUPO I
A
1. Scarlatti está na iminência de conhecer o «segredo», isto é, a passarola, tendo sido conduzido ao local onde ela está a ser construída pelo padre Bartolomeu Lourenço. Não obstante, como foi dito, se encontrar prestes a contactar com obra tão misteriosa, Scarlatti não mostra qualquer traço de ansiedade; pelo contrário, apresenta-se calmo e despreocupado («... olhava tranquilo...»), sem curiosidade, sem surpresa com o que o rodeia («Não parecia curioso do que o rodeava...»). Por outro lado, no exacto momento em que se prepara para conhecer o «segredo» ao retirar a venda, Scarlatti continua mostrar-se tranquilo, sem precipitação («Sem precipitação, tão tranquilamente como antes...»), bem disposto e em «comunhão» com o padre («Só de olhos vendados se chega ao sagredo, disse, sorrindo, e o músico respondeu, em tom igual.»).
2. O padre Bartolomeu informa Scarlatti de que terá de o vendar para ter acesso ao «segredo» («Só de olhos vendados se chega ao segredo...»). A resposta do músico pode traduzir uma das seguintes ideias:
» o segredo permanece desconhecido porque não é passível de ser conhecido;
» o segredo não é passível de ser conhecido pelas pessoas, pois situa-se no domínio do irracional;
» o segredo não é traduzível palas noções comuns, logo por palavras;
» ...
» o segredo permanece desconhecido porque não é passível de ser conhecido;
» o segredo não é passível de ser conhecido pelas pessoas, pois situa-se no domínio do irracional;
» o segredo não é traduzível palas noções comuns, logo por palavras;
» ...
3. Scarlatti, antes de mais, percepciona a passarola como um instrumento musical («... pousou as mãos numa das asas como se ela fosse um teclado...»), daí que provoque a sua vibração quando coloca as mãos sobre uma das asas («... toda a ave vibrou apesar do seu grande peso...»). Por outro lado, procura conhecer o segredo do voo, pois verifica que as asas são fixas e as aves necessitam de as bater para voar. Ou seja, ele procura uma explicação científica, racional para a passarola e o seu voo («Nenhuma ave pode voar sem bater as asas...»).
Já Baltasar, o «mecânico» da obra idealizada pelo padre, aquele que pôs o seu vigor, a sua força física ao serviço da construção da passarola, percepciona-a a partir do seu próprio trabalho e esforço denodado («... sempre era ele o mecânico, e além disso estava sujo, enfarruscado da forja, em todo ele só brilhava o gancho, do muito e constante trabalho.»), bem como da sua crença segundo a qual «... basta ter a forma de ave para voar...».
Já Baltasar, o «mecânico» da obra idealizada pelo padre, aquele que pôs o seu vigor, a sua força física ao serviço da construção da passarola, percepciona-a a partir do seu próprio trabalho e esforço denodado («... sempre era ele o mecânico, e além disso estava sujo, enfarruscado da forja, em todo ele só brilhava o gancho, do muito e constante trabalho.»), bem como da sua crença segundo a qual «... basta ter a forma de ave para voar...».
4. O excerto «... perdoemos-lhe a óbvia comparação clássica...» constitui uma crítica à comparação estereotipada de Scarlatti.
O excerto «... sabe ele lá como é o corpo de Blimunda debaixo das roupas grosseiras que veste...» remete para o desconhecimento, por parte de Scarlatti, do corpo de Blimunda, iludido pelas vespes gastas e pobres, ou destaca a beleza física da companheira de Baltasar.
O excerto «... e Baltasar não é apenas o tição negro que parece, além de não ser coxo como foi Vulcano, maneta sim, mas isso também Deus é.» destaca a superioridade de Baltasar em relação a Vulcano (não é coxo) e a sua «proximidade» com a divindade cristão (ambas são «manetas»). Daqui resulta uma espécie de deificação do humano.
O quarto excerto («Sem falar que a Vénus cantariam todos os galos do mundo se tivesse os olhos que Blimunda tem...») sublima o poder especial dos seus olhos e a sua superioridade relativamente aos deuses (deificação do ser humano).
O derradeiro excerto («... sobre Vulcano também Baltasar ganha, porque se o deus perdeu a deusa, este homem não perderá a mulher.»), além de, novamente, sublimar a superioridade do humano relativamente ao divino, enfatiza o amor e a fidelidade existentes entre Baltasar e Blimunda, o que não sucedeu com os dois deuses.
O excerto «... sabe ele lá como é o corpo de Blimunda debaixo das roupas grosseiras que veste...» remete para o desconhecimento, por parte de Scarlatti, do corpo de Blimunda, iludido pelas vespes gastas e pobres, ou destaca a beleza física da companheira de Baltasar.
O excerto «... e Baltasar não é apenas o tição negro que parece, além de não ser coxo como foi Vulcano, maneta sim, mas isso também Deus é.» destaca a superioridade de Baltasar em relação a Vulcano (não é coxo) e a sua «proximidade» com a divindade cristão (ambas são «manetas»). Daqui resulta uma espécie de deificação do humano.
O quarto excerto («Sem falar que a Vénus cantariam todos os galos do mundo se tivesse os olhos que Blimunda tem...») sublima o poder especial dos seus olhos e a sua superioridade relativamente aos deuses (deificação do ser humano).
O derradeiro excerto («... sobre Vulcano também Baltasar ganha, porque se o deus perdeu a deusa, este homem não perderá a mulher.»), além de, novamente, sublimar a superioridade do humano relativamente ao divino, enfatiza o amor e a fidelidade existentes entre Baltasar e Blimunda, o que não sucedeu com os dois deuses.
B
1. Papel de Matilde na denúncia da injustiça e da corrupção:
» Após a prisão do general, Matilde tudo faz para o libertar;
» Quando constata a impossibilidade de concretizar as suas intenções, dirige-se de forma crítica e agressiva aos três governadores, apelidando-os, por exemplo, de «cães», «covardes», «opressores», «tiranos», «hipócritas», etc.;
» Acusa os governadores de terem prendido um inocente;
» Acusa-os ainda de terem recorrido à denúncia e ao suborno para obterem a prisão e condenação;
» Chega a comparar principal Sousa a Judas, símbolo da traição bíblica.
» ...
GRUPO II
VERSÃO 1
1. - c
2. - a
3. - d
4. - c
5. - b
6. - d
7. - b
8.
a - 3
b - 5
c - 1
d - 8
e - 2
VERSÃO 2
1. - a
2. - b
3. - a
4. - d
5. - a
6. - c
7. - c
8.
a - 4
b - 3
c - 2
d - 5
e - 6
GRUPO III
. Introdução:
- Ponto de partida: definir uma «tese» a partir do tema proposto (consequências da acção do Homem no planeta Terra) e interligada à citação de Cousteau (o mau uso do progresso tecnológico), que aponta para efeitos negativos.
. Desenvolvimento:
- 1.º argumento: os efeitos do uso das tecnologias no aumento da poluição.
. 1.º exemplo: a evolução e o recurso intensivo aos transportes (o automóvel, o avião...) e a fontes de energia provocam o aumento das emissões de dióxido de carbono (» efeito de estufa » mudanças climáticas);
. 2.º exemplo (ligado preferencialmente à inconsciência e ao desleixo para que remete a citação de Costeau): os despejos de resíduos industriais em cursos de água naturais (a lavagem de tanques de navios petrolíferos em alto mar...).
- 2.º argumento: a industrialização e a necessidade cada vez maior de recursos contribuíram para o desgaste do planeta e dos seus recursos naturais, para a destruição dos ecossistemas...
. 1.º exemplo: o afundamento da plataforma petrolífera da BP ao largo da costa dos EUA e os reflexos que está a ter na vida (fauna, flora...) da área afectada.
- Contra-argumentos:
a) o aproveitamento da tecnologia para uma melhor qualidade de vida do ser humano (exemplo: ar condicionado, aquecimento central, Internet...);
b) o desenvolvimento de tecnologias e energias não poluentes (a energia solar, eólica, marés...), mas
c) também com impactos negativos a nível da paisagem e da desflorestação.
. Conclusão:
a) A acção humana e os progressos tecnológicos resultam em benefício da vida e, em simultâneo, em prejuízo do planeta e do seu equilíbrio ecológico;
b) A necessidade de maior investimento nas tecnologias não poluentes e energias alternativas.
. 2.º exemplo (ligado preferencialmente à inconsciência e ao desleixo para que remete a citação de Costeau): os despejos de resíduos industriais em cursos de água naturais (a lavagem de tanques de navios petrolíferos em alto mar...).
- 2.º argumento: a industrialização e a necessidade cada vez maior de recursos contribuíram para o desgaste do planeta e dos seus recursos naturais, para a destruição dos ecossistemas...
. 1.º exemplo: o afundamento da plataforma petrolífera da BP ao largo da costa dos EUA e os reflexos que está a ter na vida (fauna, flora...) da área afectada.
- Contra-argumentos:
a) o aproveitamento da tecnologia para uma melhor qualidade de vida do ser humano (exemplo: ar condicionado, aquecimento central, Internet...);
b) o desenvolvimento de tecnologias e energias não poluentes (a energia solar, eólica, marés...), mas
c) também com impactos negativos a nível da paisagem e da desflorestação.
. Conclusão:
a) A acção humana e os progressos tecnológicos resultam em benefício da vida e, em simultâneo, em prejuízo do planeta e do seu equilíbrio ecológico;
b) A necessidade de maior investimento nas tecnologias não poluentes e energias alternativas.