segunda-feira, 2 de março de 2009

A Avaliação, segundo Santana... Castilho


Como é evidente, as opiniões expressas pelo entrevistado são questionáveis e discutíveis (assim deveria acontecer com tudo e todas). As questões dogmáticas são cada vez menos e restritas a determinadas áreas (a religiosa, por exemplo) e a determinados indivíduos que não admitem outra «verdade» que não a sua (sim, esse mesmo).

De qualquer forma, da entrevista permito-me destacar alguns pontos:

  1. A existência de dois sistemas de ensino, um real (o vivido nas escolas) e outro virtual (o da propaganda e da obsessão pelos números).

  2. O aumento da distância entre Portugal e a média europeia em diversos índices (o atraso passou de 29 para 51 anos).

  3. A diminuição dos gastos em Educação (cerca de 50%) tendo por referência o PIB.

  4. A obsessão pela apresentação de resultados (fictícios, virtuais).

  5. O aumento da violência escolar (e social), a promoção do facilitismo e do absentismo discente.

  6. A intoxicação da opinião pública pela máquina de propaganda governamental.

  7. A ausência de autonomia das escolas.

  8. A denúncia das Novas Oportunidades ("farsa").

  9. As soluções para a melhoria do ensino: SERIEDADE; CONFIANÇA nos professores; AUTONOMIA das escolas; noções de ESFORÇO, TRABALHO, EXIGÊNCIA.

  10. Malefícios do uso intensivo e desproporcionado das novas tecnologias em detrimento da actividade cerebral.

Este último ponto leva-me a, novamente, aludir a algo que discuto frequentemente com alguns colegas. Há uma franja da nova geração de professores que parece incapaz de leccionar sem o uso do power point, passando «slide» atrás de «slide», limitando-se a ler o que vai sendo projectado. A minha experiência diz-me duas coisas: a maioria dos alunos aborrece-se (ainda mais) com este tipo de «aulas»; esta metodologia é perigosa para os professores, pois, em última análise, leva a que não necessitem de se preocupar com o seu «saber», que passa a estar concentrado na máquina. Dito de outra forma, não precisam de dominar em profundidade os conhecimentos que leccionam.

Dá que pensar, não?

Passado e Presente

No tempo da Outra Senhora, dizia-se:

O António há-de morrer!
A Oliveira há-de secar!
O Sal há-de derreter!
E o azar há-de acacabar!

Enaganaram-se parcialmente, pois os seus netos dizem:

O António já morreu!
A Oliveira já secou!
O Sal já derreteu!
Mas a merda do azar não acabou!