quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Aula 31

. Recolha do trabalho subordinado ao tema «Quem sou eu?».

. A «Ode Triunfal» e a ruptura com a lírica tradicional.

. Análise do poema "Lisbon Revisited (1923)":
-----O título do poema remete-nos para a presença de Campos na Escócia (?), para a Grã-Bretanha, berço da civilização industrial. Por outro lado, a presença do modo imperativo e da, antigamente, designada função apelativa da linguagem configuram a existência de um discurso supostamente dirigido pelo sujeito poético a um «tu», que se encontra na segunda pessoa do plural («Não me venham...» - v. 3).
-----A ideia de recusa não podia ficar mais clara, dada a insistência em construções negativas sucessivas ("não", "nada"). E o que é que o sujeito poético recusa? Desde logo, as «conclusões», isto é, as certezas, sendo que ele só admite uma: a da morte. Entre os versos 5 e 12 é mais claro: recusa também as «estéticas», a «moral», a «metafísica», as «ciências», as «artes», a «civilização moderna» e a «verdade». Esta postura permite constatar a forma como Álvaro de Campos evoluiu poéticamente, situando-se agora numa terceira fase, bem distante da euforia sensacionista e futurista de exaltação das máquinas e da modernidade, aproximando-se, curiosamente, do posicionamento anti-metafísico de Alberto Caeiro.

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