Quando se luta, umas vezes ganha-se, outras perde-se. Quando não se luta, perde-se SEMPRE!
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008
3. Período de elaboração
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008
2. Contexto de Elaboração e Publicação
Ora, a análise da História revela que, em momentos de profunda crise e sucessiva instabilidade, manifesta-se um movimento encarado como oportunidade de projecção política e ideológica por governos de inclinação populista, que consiste no resgate e reforço dos mitos tradicionais, do sentimento de identidade cultural e nacional. Foi isso que sucedeu, por exemplo, no século XVII, em Portugal, então humilhado pela dominação espanhola, e que, ao libertar-se, manifestou, no período conhecido como restauração, por intermédio do padre António Vieira, uma valorização da língua portuguesa.
Qual a visão de Pessoa relativamente a Portugal? Para ele, o país vivia sob o signo da decadência institucional e da “desnacionalização”, motivada essencialmente por três etapas da história portuguesa: o desaparecimento de D. Sebastião (ao qual se sucedeu o domínio espanhol), a implantação da Monarquia e a proclamação da República.
1. A Poesia Nacionalista Anterior
O Ultimatum da Inglaterra provocou uma espécie de terramoto na consciência da elite cultural portuguesa e finais do século XIX e despertou um forte nacionalismo congregador de mitos ligados ao futuro, à utopia, traduzido num conjunto de obras:
- A Pátria (1896), de Guerra Junqueiro;
- O Desejado (1902), de António Nobre;
- O Encoberto (1904), de Sampaio Bruno;
- O Encoberto (1905), de Lopes Vieira;
- A obra de Teixeira de Pascoaes.
terça-feira, 5 de fevereiro de 2008
Contexto
Título
Inicialmente, Pessoa decidiu atribuir à sua obra o título de Portugal. No entanto, segundo o seu amigo Cunha Dias, o nome da pátria estava muito associado a slogans publicitários, daí que tenha decidido alterá-lo.
- o poder associado às ideias de decadência e subsequente renascimento, sendo esse o processo cíclico apontado como condição necessária ao ressurgimento da pátria portuguesa num estado ideal;
- aceitando a morte do passado, o poder fecundador do mito trará um futuro perfeito.
Apresentação da obra
- Em 1912, num artigo publicado na revista A Águia, Fernando Pessoa visiona um movimento poético (e um consequente movimento social e civilizacional) grandioso, exaltante, num momento de profunda decadência da pátria.
Nesses textos, visiona igualmente o aparecimento de um poeta designado "supra-Camões", que seria, eventualmente, o próprio Pessoa.
A Mensagem é a única obra em língua portuguesa publicada em vida pelo poeta.
É composta por 44 poemas, escritos entre 1913 (o primeiro terá sido "Gládio", em Julho desse ano) e 1934, agrupados em três partes:
- "Brasão";
- "Mar Português";
- "O Encoberto".
- O contexto da sua elaboração e posterior publicação corresponde às primeiras décadas do século XX, uma época marcada por:
- conturbação política;
- descrédito dos valores nacionais;
- mediocridade / estagnação cultural.
- O conteúdo enaltecedor dos poemas de Mensagem contrasta com o contexto em que foram produzidos: :
- acompanham alguns dos factos principais da História de Portugal;
- retratam as suas figuras centrais;
- recuperam os seus símbolos, as suas lendas e o essencial da sua mitologia;
- criam o destino de uma super-nação mítica que faltaria cumprir.
- A sua intencionalidade comunicativa centra-se nos seguintes pontos::
- regenerar o orgulho português, em baixa desde o episódio do Ultimatum inglês;
cantar o passado histórico glorioso de Portugal de uma forma emblemática e simbólica, transformando-a num mito, a partir do qual seja possível reinventar o futuro;anunciar o renascimento de uma pátria grandiosa, um novo império civilizacional, uma super-nação mítica.- Data de publicação: 1 de Dezembro de 1934.