sexta-feira, 9 de maio de 2008

Exercício 1 - Romance Histórico

Leia o seguinte texto.


Assim, diremos que o romance histórico é um tipo de narrativa ficcional em que, de maneira evidente, se manifestam as chamadas modalidades mistas de existência (...) o que significa que personalidades, eventos e espaços que conhecemos ou podemos conhecer como históricos [D. Afonso Henriques, o Convento de Mafra (...)] coexistem com personagens, eventos e espaços ficcionais. A possibilidade de reconhecermos como históricas essas entidades imigradas na ficção decorre do facto de elas manterem certas propriedades, por vezes até acessórias, mas culturalmente adquiridas pelo leitor, o que justamente permite esse efeito de real [p. ex.: (...) o convento de Mafra foi mandado construir por D. João V (...)].
De um ponto de vista narratológico, o romance histórico é, numa acepção estrita, um subgénero narrativo, concretização, como tal, de um género narrativo (o romance, neste caso), num determinado contexto histórico-cultural (...). Esse contexto histórico-cultural é o do Romantismo europeu; nele, o romance histórico surge como instrumento de configuração de um imaginário em que valores, figuras e episódios históricos (em especial medievais) se relacionam com uma certa forma de idealizar o passado; é nesse passado que romancistas como Walter Scott ou Alexandre Herculano quase sempre situam uma autenticidade e um vigor perdidos, mas susceptíveis de serem evocados (por vezes com alguma nostalgia, mas também com inegável propósito ideológico), quando se trata de repensar as nacionalidades, a sua essência e os seus fundamentos históricos.

Carlos Reis e Ana Cristina M. Lopes, in Dicionário de Narratologia (Livraria Almedina)


De seguida, realize o exercício AQUI.