terça-feira, 14 de julho de 2009

If She Knew what She Wants

Em memória da Sr.ª ministra da Educação.

Bangles: If She Knew what She Wants

Correcção do Exame 2009 - 2.ª Chamada

Grupo I

A

1. Entre o «nós» e os elementos da Natureza referidos nas duas primeiras estrofes do poema existe uma relação que se caracteriza, em primeiro lugar, pela semelhança em termos de existência perene («Antes de nós nos mesmos arvoredos / Passou o vento, quando havia vento, / E as folhas não falavam / De outro modo do que hoje.» - vv. 1-4). Por outro lado, essa relação é oposta no que diz respeito ao facto de a vida humana ter um fim e, portanto, ser transitória, ao contrário do que sucede com a Natureza («Passamos» - v. 5). Além disso, existe a consciência de que todo e qualquer esforço feito pelo «nós» / ser humano para contrariar essa finitude e transitoriedade da vida é inútil («... agitamo-nos debalde...» - v. 5).

2. A poesia de Ricardo Reis é um misto da filosofia estóica e epicurista, como se pode verificar na terceira estrofe. Com efeito, nela está presente a aurea mediocritas («Tentemos pois com abandono assíduo / Entregar nosso esforço à Natureza / E não querer mais vida / Que a das árvores verdes.»), a recusa do compromisso / do esforço («... com abandono assíduo / Entregar nosso esforço à Natureza»), a ataraxia / ausência de perturbação («... agitamo-nos debalde.»), o apelo à fruição tranquila do momento, à serenidade em contacto com os elementos da Natureza («Tentemos pois com abandono assíduo / Entregar nosso esforço à Natureza»), a consciência da fragilidade e da transitoriedade da vida humana («Se aqui, à beira-mar, o meu indício / Na areia o mar com ondas três o apaga...»), o desejo de comunhão com a Natureza («E não querer mais vida / Que a das árvores verdes.»), o apelo à indiferença perante o sofrimento causado pela consciência da fragilidade da vida / da morte / da presença inelutável e implacável do Tempo / Destino («Se aqui, à beira-mar, o meu indício / Na areia o mar com ondas três o apaga, / Que fará na alta praia / Em que o mar é o Tempo?»).

3.
Nas quatro primeiras estrofes, o «eu» usa o sujeito plural («nós») dado que se refere ao colectivo, aos homens («nós», «passamos», «agitamo-nos», etc.), que partilham uma existência e um destino comuns, marcados pelas noções de fragilidade, de ameaça permanente do Destino, de morte. Daí que ele procure inculcar nesse mesmo «nós» uma filosofia de vida, marcada por aspectos presentes na resposta à pergunta 2 (inutilidade do esforço, aceitação tranquila do Destino, comunhão e harmonia com a Natureza, etc.).
-----Já na última estrofe, o «eu» refere-se à sua existência / situação particular, marcada pela fragilidade / brevidade da vida, decorrente da passagem inexorável do tempo, daí que recorra a um sujeito singular («o meu indício» - v. 17).

4.
A última estrofe é constituída por uma interrogação retórica, na qual está patente a consciência que o sujeito poético possui de que a sua vida é fugaz e transitória. Existe ainda a consciência de que o Tempo (personificado) é esmagador, implacável e vasto («... o mar é o Tempo?»), contrastando com a pequenez e a fragilidade do sujeito poético, que a ele está sujeito e às suas leis - o Tempo passa e condu-lo à morte («... o meu indício / Na areia o mar com ondas três o apaga.»).


B

-----Referência a dois dos seguintes traços marcantes do carácter de D. João V:
  • infiel, adúltero;
  • mantém uma relação com a rainha desprovida de afecto, pautando-se pelo mero cumprimento de um dever conjugal / de procriação;
  • profundamente vaidoso;
  • devoto fanático, sacrifica o povo para alcançar os seus objectivos e satisfazer a sua vaidade;
  • apoia o padre Bartolomeu de Gusmão na construção da passarola;
  • ...


Grupo II

Versão 1:

-----1. D

-----2. C

-----3. B

-----4. C

-----5. A

-----6. B

-----7. D

Versão 2:

-----1. C

-----2. B

-----3. D

-----4. A

-----5. C

-----6. A

-----7. A

8.

Versão 1:

-----1. C

-----2. A

-----3. E

-----4. G

-----5. H

Versão 2:

-----1. B

-----2. H

-----3. D

-----4. F

-----5. G