sábado, 31 de outubro de 2009

Nova ministra, nova aventura

(c) Antério Valério

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Aula 14

. As vertentes da poesia de Fernando Pessoa.

. Leitura detalhada do texto informativo da pág. 52 do manual.

. Leitura do poema I de O Guardador de Rebanhos.

. Leitura silenciosa da carta a Adolfo Casais Monteiro sobre a génese dos heterónimos.

. Resolução de uma ficha de trabalho relativa à carta.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Redacção criativa

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-----Na Escola Básica Integrada de... (Ilha de S. Miguel, Açores), a professora pediu aos alunos que elaborassem uma composição sobre a (sua) escola.
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-----Um dos alunos escreveu o seguinte: «A minha escola é pequena, mas muito bem arranjada. A minha escola é como se fosse um jardim. Nós, os alunos, somos as flores e a senhora professora é como se fosse um monte de estrume que nos faz crescer, belos e fortes

domingo, 25 de outubro de 2009

Texto de reflexão

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-----O texto de reflexão pertence ao protótipo textual argumentativo, logo implica a abordagem e ponderação sobre um determinado assunto/tema, tendo em atenção as circunstâncias, as causas e consequências, os prós e os contras, a necessidade de apresentar argumentos para justificar a opinião/o juízo crítico formulado e de contra-argumentar, se for caso disso, sustentados em exemplos.
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1. Planificação
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a. Pensar no problema/tema em questão, tendo em conta os textos e as problemáticas estudadas e a sua cultura pessoal.
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b. Adoptar uma estratégia argumentativa: prosseguir uma argumentação? Defender uma tese? Refutá-la? Apresentar um ponto de vista/um juízo crítico?
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-----» Se se trata de prosseguir uma argumentação, é necessário:
----------. ter em conta a posição do locutor;
----------. reformular o seu ponto de vista;
----------. encontrar outros argumentos e outros exemplos para o justificar.
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-----» Para defender uma tese, é necessário:
----------. explicitar o ponto de vista que se quer defender;
----------. aprofundar e enriquecer o ponto de vista adoptado.
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-----» Para refutar uma tese, é necessário:
----------. ter em conta a posição contrária;
----------. estar parcialmente de acordo com a posição contrária (concessão);
----------. refutar os argumentos do adversário com (contra-) argumentos.
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-----» Para apresentar um ponto de vista, é necessário:
----------. desenvolver sucessivamente os pontos de vista diferentes com argumentos e exemplos;
----------. rever os pontos de vista iniciais para salientar um ponto de vista ou para chegar a uma nova posição ou ponto de vista.
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2. Textualização
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-----. Género: fazer um elogio.
-----. Intenção: elogiar, defender, justificar, suscitar a adesão do leitor.
-----. Características textuais:
----------» vocabulário elogioso;
----------» processos de valorização (hipérboles, superlativos, ênfase, etc.).
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-----. Género: fazer uma crítica.
-----. Intenção: criticar, atacar, condenar, suscitar rejeição.
-----. Características textuais:
----------» vocabulário negativo/pejorativo;
----------» processos de desvalorização (ironia, sarcasmo, argumentos, etc.).
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-----. Género: fazer um discurso.
-----. Intenção: convencer um auditório, sensibilizá-lo para o fazer aderir, provocá-lo para o fazer reagir (um discurso é pronunciado em público).
-----. Características textuais:
----------» interrogações retóricas;
----------» interjeições;
----------» imperativos, construções de ordem ou de pedido;
----------» apóstrofes, marcas de 2.ª pessoa, invectivas;
----------» pontuação expressiva (exclamações, interrogações);
----------» eloquência oratória (ritmos binários ou ternários, paralelismos, hipérboles, etc.);
----------» expressão da subjectividade (modalizadores, verbos valorativos).
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-----. Género: produzir um ensaio.
-----. Intenção: exprimir um ponto de vista sobre um tema, envolver-se num debate.
-----. Características textuais:
----------» marcas de 1.ª pessoa;
----------» formulação de uma opinião;
----------» defesa de uma tese, sustentada em argumentos e exemplos;
----------» generalização de uma experiência pessoal.
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3. Revisão
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a. Correcção linguística:
-----. respeito pela ortografia;
-----. respeito pelas normas da sintaxe;
-----. uso correcto da pontuação;
-----. utilização de vocabulário preciso, correcto e adequado;
-----. uso de um registo de língua apropriado.
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b. Conteúdo:
-----. respeito pelo tema;
-----. respeito pela estrutura formal do género textual seleccionado;
-----. escolha da forma de enunciação.
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c. Qualidade da argumentação:
-----. respeito pelo tema formulado pelo enunciado;
-----. escolha pertinente de argumentos destinados a convencer;
-----. escolha apropriada dos exemplos;
-----. utilização adequada dos exemplos;
-----. articulação lógica dos argumentos;
-----. coerência da tese a demonstrar;
-----. coesão do texto (conectores, tempos verbais).

sábado, 24 de outubro de 2009

Aula 13

. Teste escrito de avaliação.

Aula 12

. Matriz do teste:
-----» Questionário sobre texto de Fernando Pessoa;
-----» Escolha múltipla (texto informativo);
-----» Funcionamento da língua (coesão textual e protótipos textuais).
-----» Elaboração de um texto de reflexão.

.Esclarecimento de dúvidas.

. Síntese de aspectos relativos à poética pessoana (temas e estilo).

. Dados sobre a heteronímia.

. Ficha de trabalho sobre a coesão textual.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Aula 11

. Reflexão,após entrega dos trabalhos de análise textual, acerca de alguns erros de escrita detectados.

. O contexto que envolve o surgimento do Modernismo:
  1. A repartição do território africano na Conferência de Berlim (1884-1885): na passagem do século XIX para o séc. XX, a Europa dominava política, económica e culturalmente o Mundo, tendo as potências industrializadas desenvolvido uma política expansionista, nomeadamente em África, no intuito de obter matérias-primas a baixos preços e chegar a novos mercados. O movimento expansionista acentuou a rivalidade entre as principais potências europeias. Para tenta diminuir estas rivalidades, os países com interesses em África decidiram, na Conferência de Berlim, repartir o território africano entre si, estabelecendo o princípio da ocupação efectiva: os territórios africanos deveriam pertencer aos países que os ocupassem de facto, em detrimento dos direitos históricos.
  2. O mapa Cor-de-Rosa: com o intuito de afirmar o seu poder em África, Portugal patrocinou algumas viagens de exploração e elaborou, em 1886, o mapa Cor-de-Rosa, que ilustrava a reivindicação nacional da posse dos territórios entre Angola e Moçambique.
  3. O ultimatum inglês (1890) e a revolta de 31 de Janeir de 1891: o projecto do mapa Cor-de-Rosa colidia com os interesses de Inglaterra, por isso este país enviou um ultimato ao governo de Portugal, exigindo a retirada das suas tropas do território situado entre Angola e Moçambique. Perante o grande poder político da Inglaterra, Portugal cedeu, evidenciando assim a fragilidade da sua colonização. O povo considerou o ultimato inglês uma humilhaçã nacional e acusou o rei defraqueza e de incapacidade para dirigir o país.
  4. O regicídio (1908): o descrédito da Monarquia foi ainda agravado por problemas económicos e financeiros. No sentido de superar as dificuldades, o rei D. Carlos enveredou por uma via repressiva, autorizando o chefe do governo, João Franco, a instaurar uma ditadura. Em 2 de Fevereiro de 1908, D. Carlos e o príncipe Luís Filipe foram assassinados, sucedendo-lhe no trono D. Manuel II, filho mais novo do rei, que demitiu João Franco.
  5. A implantação da República: apesar das dificuldades concedidas à oposição, o descontentamento continuou a aumentar. Em 5 de Outubro de 1910, implantou-se a República em Portugal. Foi então constituído um governo provisório, presidido por Teófilo Braga. Em 1911, foi eleita a Assembleia Nacional Constituinte, que elaborou e aprovou a Constituição republicana e elegeu o primeiro Presidente da República, o Dr. Manuel de Arriaga.
  6. A Primeira Guerra Mundial (1914‑1918): na mesma altura, os estados europeus formavam alianças diplomáticas e militares que rapidamente levaram à corrida aos armamentos. A Europa vivia num clima de tensão. Quando o herdeiro do trono austro-húngaro, o arquiduque Francisco Fernando, foi assassinado por um estudante nacionalista sérvio, a Áustria declarou guerra à Sérvia. Sucederam-se, de imediato, declarações de guerra entre os países pertencentes às alianças político-militares, originando a Primeira Guerra Mundial, na qual Portugal participou como aliado da França e da Inglaterra, tendo-se Fernando Pessoa manifestado contra essa participação. O elevado número de mortos apenas contribuiu para uma visão mais pessimista da existência.
  7. A revolução soviética de 1817.
  8. A agonia do regime republicano (1910—1926): os governos da Primeira República portuguesa empreenderam uma série de reformas. Na educação e na cultura, as reformas foram bem sucedidas, mas os aspectos sociais e económicos foram de difícil resolução.
  9. O golpe militar de 28 de Maio (1926): a incapacidade dos sucessivos governos em superarem a crise económico-financeira, o agravamento das condições de vida das populações e a instabilidade política tornaram propícios os movimentos de revolta contra o regime da Primeira República, que acabaria por ser derrubada no golpe militar de 1926, chefiado pelo general Gomes da Costa. Assim se instaurou a ditadura militar.
  10. A ascensão do fascismo e de Salazar: em 1928, foi eleito um novo Presidente da República, o general Óscar Carmona. A fim de resolver as dificuldades económico-financeiras, foi nomeado um novo Ministro das Finanças, António de Oliveira Salazar. As medidas tomadas por Salazar trouxeram-lhe grande prestígio e influência, pelo que, em 1932, foi convidado para chefiar o governo. Em 1933, apresentou uma nova Constituição política, que marcava o início do Estado Novo, um regime ditatorial caracterizado pelos princípios de autoritarismo, conservadorismo e nacionalismo e pela cessação das liberdades individuais e colectivas.
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quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Coesão textual

-----Por estes dias, nas nossas aulas, revêem-se os conteúdos gramaticais referentes à coesão textual, procurando, dessa forma, contribuir para aperfeiçoar a escrita dos alunos. Ora, uma das questões em que os discentes tropeçam alegremente é a que tem a ver com a regência verbal.
-----Um dos verbos de que nos socorremos para exemplificar estes conteúdos é o verbo «gostar», que rege a preposição «de», fazendo-o contrastar com o seu primo «amar», sem preposição: «Eu gosto da minha mulher.» # «Eu amo a minha mulher.» E é neste contexto que somos surpreendidos com esta frase/pergunta da ex-ministra da Educação: «E o que é que gostas mais nesta escola?» O que a senhora professora do ensino superior deveria ter dito era, no mínimo, isto: «E do que é que gostas mais nesta escola?»
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-----Por outro lado, igualmente interessante é a resposta do aluno: qual Fernando Pessoa, para quem o melhor do mundo eram as crianças, para ele o melhor da escola é a professora. Parece-me uma bela lembrança, em jeito de despedida, para a sr.ª ex-ministra recordar os mais de quatro anos em que titulou a pasta da Educação.
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-----»Requiescat in pace!»

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Aula 10

. Valor dos modos e tempos verbais (conclusão - exercícios).

. Análise do poema «Não sei, ama, onde era»:

  • Tema: o desejo de fugir aos limites do «eu», impostos pela realidade, substituída pelo sonho, pelo desejo do imaginado.

  • Assunto: narrativa de um sonho - era Primavera, o céu era azul e o sujeito poético estava num jardim de flores coloridas.

-----O poema assenta num certo tom dramático, dado estarmos perante um diálogo entre duas personagens em presença: uma delas é o sujeito poético (feminino) e outra é a sua ama, sendo visível uma relação de afectividade, de carinho e de comunicação mútua. A primeira representa o mundo da infância (discussão do sonho de ter sido feliz) e a segunda representa o mundo da idade adulta (a consciência da idade adulta, unida à dor de pensar e à perda).

-----À dúvida inicial do sujeito poético («Não sei, ama...»), fica apenas uma «meia-resposta», em torno da localização temporal (era Primavera, símbolo da infância) e espacial (o «jardim do rei», metáfora do Paraíso.

-----Outro elemento do sonho é o céu azul, símbolo da infância e ligado à ideia de pureza (note-se a reiteração três - número da perfeição - vezes do adjectivo «azul», intensificando assim a cor). Por outro lado, o sujeito poético «apresenta-se» como «rainha», associada a um certo poder e ao centro das atenções («... era tudo meu...»).

-----O jardim (símbolo do Éden) tinha flores (símbolo da beleza e da sensibilidade) de variadas cores (representando a diversidade, a alegria e a felicidade), no entanto o «eu» pensa (o verbo «saber» remete para o pensamento e para a ausência de espontaneidade) e «chora», sinal de dor e tristeza. Porquê? Por um lado, estamos, novamente, perante a temática da dor de pensar; por outro, estamos na presença da dor pela infância perdida e irrecuperável. A terceira resposta da ama às angústias da jovem é reveladora: os sonhos são dores, porque trazem consigo a desilusão e a frustração provocadas pela impossibilidade da sua concretização. A resposta seguinte traduz uma dose acentuada de fatalismo existencial («o resto é morrer»), bem como a consciência da efemeridade da vida.

-----A finalizar o poema, o sujeito poético dirige à ama um pedido: «Conta-me contos, ama...». Ora, o imperativo «conta» traduz o pedido da jovem para continuar a sonhar, enquanto os contos alimentam os sonhos dela, num desejo de recuperação da felicidade (infância) perdida, da magia, do mistério, do mundo encantado da infância.

-----Este poema integra-se na vertente lírica tradicional da obra pessoana:

  • O diálogo entre a jovem e a ama, sua confidente;
  • A referência aos contos de fadas / histórias de cantar;
  • Os elementos dos contos tradicionais: reis / rainhas, jardim encantado, flores...;
  • Os apartes parentéticos no fim de cada estrofe (relembra a poesia medieval);
  • A estrutura formal.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Valor dos modos e tempos verbais

Valor dos modos e tempos verbais


A. Modos verbais

1. Modo indicativo:
-----. exprime um facto encarado como real: «A aula de Português é hilariante.»

2. Modo conjuntivo:
-----. exprime uma ordem / proibição: «Não fales tão alto!»;
-----. exprime um desejo: «Espero que o Benfica seja campeão este ano.»;
-----. exprime uma dúvida: «Talvez os alunos anulem anulem a matrícula...»;
-----. ...

3. Modo imperativo:
-----. exprime uma ordem: «Faz o teste! Já!»;
-----. exprime uma súplica: «Valha-me Deus!»;
-----. exprime uma solicitação: «Queridos alunos, portai-vos bem!»;
-----. exprime um conselho: «Cardozo, treina os penaltys, para não falhares.».

4. Modo condicional
-----. traduz a realização de uma acção que depende de uma condição: «O Sporting seria campeão nacional de futebol, se jogasse alguma coisa que se visse.»;
-----. exprime, com delicadeza, um desejo: «Rui, importar-te-ias de fechar a janela?»;
-----. exprime uma dúvida: «A que horas teria chegado, ontem, o meu tio?».


-----Em suma:
----------1) O modo indicativo apresenta o acto de fala como real;
----------2) O modo conjuntivo apresenta o acto de fala como uma probabilidade, uma dúvida ou um desejo;
----------3) O modo condicional apresenta o acto de fala como uma hipótese dependente da realização de uma condição;
----------4) O modo imperativo exprime uma ordem, um conselho ou um pedido;
----------5) O modo infinitivo encara o acto de falar de forma genérica.

B. Tempos verbais

1. Presente:
----- traduz um facto / uma acção que ocorre em simultâneo à enunciação;
----- exprime uma duração prolongada;
----- exprime um facto habital;
----- apresenta um facto passado, aproximando-o da actualidade - é o chamado presente histórico.

2. Pretérito imperfeito:
----- apresenta um facto anterior ao momento da enunciação, contemporâneo de outro momento passado, apresentado como inacabado; traduz uma ideia de duração;
----- exprime delicadeza, para atenuar um pedido;
----- situa, vagamente, no tempo, lendas, contos, fábulas...;
----- pode ser usado em vez do modo condicional.

3. Pretérito perfeito:
----- traduz uma acção concluída antes do momento do acto de fala;
----- exprime a continuuidade ou repetição da acção (forma composta).

4. Pretérito mais-que-perfeito:
----- exprime um facto anterior a outro também passado.

5. Futuro
-----. simples:
----------
remete para uma acção situada num momento posterior ao momento da enunciação;
---------- pode exprimir uma ordem;
----------
pode traduzir um pedido;
-----. composto:
----------
remete para uma acção futura, anterior a outra acção futura já realizada.

Aula 9

. Correcção de trabalhos em atraso:

1. Documentário sobre Pessoa (parte III)
-----1. Verdadeira
-----2. Falsa - Walt Whitman
-----3. Verdadeira
-----4. Falsa - vivia em permanente contacto com a família
-----5. Verdadeira
-----6. Falsa - a nova poesia portuguesa - revista «A Águia»
-----7. Verdadeira
-----8. Verdadeira
-----9. Verdadeira
-----10. Falsa - poeta clássico
-----11. Verdadeira
-----12. Verdadeira

2. Recursos poéticos de «Autopsicografia»
-----» As formas verbais «gira» e «entreter» sugerem a feição lúdica do poema.
-----» A expressão «finge tão completamente» contém o advérbio de intensidade «tão», que mostra o elevado grau de intensidade do acto de fingir, isto é, a superlativação desse acto, do fingimento.
-----» A frase declarativa «O poeta é um fingidor.» reflecte o cariz de texto teórico / programático da composição poética.
-----» A perífrase «... os que lêem o que escreve...» remete para um dos dois intervenientes fundamentais do processo poético / de criação artística: os leitores.
-----» A metáfora «calhas de roda» refere-se à razão.
-----» A metáfora «O poeta é um fingidor» significa que a poesia consiste no fingimento da realidade.
-----» A metáfora «comboio de corda» traduz a feição lúdica do poema.
-----» Na última estrofe, está presente a imagem, resultante da combinação de várias metáforas.
-----» A metonímia «o coração» remete para a sensibilidade, o sentir.
-----» Em torno do conceito de «razão» constrói-se outra metonímia, visto que simboliza o raciocínio, o pensamento.
-----» Ao longo de todo o poema, é visível a antítese entre razão e sentir.

3. Questionário de «Tudo o que faço ou medito» (corrigido através de «power point»).

. Análise sumário do poema «Gato que brincas na rua»:
-----»

. Valor dos modos e tempos verbais (vide Gramática).

domingo, 11 de outubro de 2009

Eleições autárquicas 2009

-----Votar, dizem, é um acto de cidadania. Até ao terceiro ciclo há uma área chamada Educação para a Cidadania. Assim sendo, quem quiser acompanhar os resultados eleitorais, isto é, de um acto de cidadania, pode fazê-lo aqui a partir das vinte horas.

sábado, 10 de outubro de 2009

«Não sei quantas almas tenho»

-----Uma análise, em «podcast», do poema «Não sei quantas almas tenho»:




Aula 8

. Devolução do plano de texto (já corrigido).

. Análise do poema «Ela canta, pobre ceifeira»:

  • Tema: a dor de pensar, de ser lúcido, do qual derivam outras temáticas, como a consciência da brevidade da vida, o tédio/angústia existencial, a dispersão e o aniquilamento (final do texto).

  • Estrutura interna

. 1.ª parte (estrofes 1 a 3): o sujeito poético observa uma ceifeira a cantar, canto esse que, aparentemente, traduz sensações positivas como a alegria, a felicidade, a suavidade («ondula», a espontaneidade (ceifa e canta). No entanto, desde logo se insinuam traços dissonantes: ela «julga-se» feliz, mas não o é, pois é «pobre» (= infeliz) e a sua voz encontra-se cheia de dor e de sofrimento («... e a sua voz, cheia / De alegre e anónima viuvez..." - vv. 3-4). O nome, juntamente com os adjectivos «alegre» e «anónima», exprimem a dor, o sofrimento, o luto mascarado de felicidade, indefinível e inqualificável («anónima»). Assim, o canto/a voz da ceifeira é alegre, cheio de vida, por isso encanta o sujeito, que se alegra por a ver feliz, mas que, por outro lado, se entristece porque sabe que a alegria da ceifeira se fica a dever apenas à sua insconsciência. De facto, se ela fosse capaz de tomar consciência da sua situação, não encontraria razões para cantar: a sua voz possui «curvas» pois nela há «o campo e a lida», isto é, o trabalho excessivo e mal remunerado, o sofrimento, a mulher transformada em instrumento produtivo. No entanto, como não tem consciência disso, ela é feliz.

. 2.ª parte (estrofes 4 a 6): representa os efeitos da audição do canto da ceifeira no sujeito poético. Este começa por confessar a submissão, em si, do sentimento à razão («O que em mim sente s'tá pensando»), contrastando com a ceifeira: ela é feliz porque é inconsciente, ele é infeliz porque é consciente - pensa. Daí os desejos (impossíveis de concretizar) que, seguidamente, expressa: deseja que a ceifeira continue a cantar e derrame nele a sua voz; deseja transformar-se nela, sem deixar de ser ele mesmo (isto é, possuir a inconsciência dela, mantendo a sua própria consciência); deseja que o céu, o campo e canção entrem em si, disponham da sua alma e o levem, acabando assim com o seu sofrimento. Ou seja, o sujeito poético anseia a dispersão, o aniquilamento para dessa forma terminar com o seu sofrimento, resultante da racionalização do sentir - dor de pensar.

  • Estrutura externa/formal:

----------» 6 quadras - vertente tradicional da poesia de Fernando Pessoa;

----------» versos octossílabos;

----------» rima cruzada (abab);

  • Conclusões:

----------» 1.ª) O sujeito poético é um ser infeliz porque pensa, porque racionaliza em excesso (v. 14), daí que inveje e admire a inconsciência e a espontaneidade da ceifeira;

----------» 2.ª) A ceifeira julga-se feliz, porque apenas sente, não racionaliza, não intelectualiuza as suas emoções. Deste modo, para o sujeito poético, a ceifeira e o seu canto constituem a metáfora da felicidade inatingível.


. Exercício de análise textual - poema «Tudo o que faço ou medito»:
-----1. Na primeira estrofe do poema, o sujeito poético confessa a sua frustração.
----------1.1. Identifique a causa que originou esse sentimento.
----------1.2. De que forma os versos 3 e 4 atestam a impossibilidade de realização do «querer»?
-----2. Interprete o sentido da antítese presente na segunda estrofe.

. Trabalho de casa:
-----» Leitura do poema «Gato que brincas na rua»;
-----» Elaboração do texto de reflexão, a partir do plano traçado individualmente;
-----» Resolução da seguinte ficha de trabalho:

-----O exercício tem a ver com os recursos poético-estilísticos do poema «Autopsicografia». São apresentados três conjuntos: exemplos textuais, recursos expressivos, significado dos mesmos. O que se pede é que construa uma frase no caderno diário ligando os três elementos dados, que aparecem desordenados, pelo que terá de fazer a correspondência adequada. Observe-se o exemplo:
-----A - «é», «finge», «lêem»
-----B - formas verbais no presente do indicativo
-----C - reflectem a natureza teórica do poema...
-----Frase/correspondência: As formas verbais «é», «finge» e «lêem» encontram-se no presente do indicativo, tempo verbal que se adequa à natureza teórica do poema, por um lado, e, por outro, acentua a intemporalidade da mensagem.

A:
-----. «gira», «entreter»
-----. «finge tão completamente»
-----. «O poeta é um fingidor»
-----. «...os que lêem o que escreve...»

B
:
-----. perífrase
-----. formas verbais
-----. frase declarativa
-----. advérbio(s)

C:
-----. reflecte o cariz de texto teórico / programático do poema
-----. remete para um dos dois intervenientes fundamentais do processo poético: os leitores
-----. mostra o elevado grau de intensidade do acto de fingir, isto é, a superlativação desse acto, do fingimento
-----. sugerem a feição lúdica do poema/da poesia

-----------------------------------------------------------------

A:
-----. «calhas de roda»
-----. «O poeta é um fingidor»
-----. «comboio de corda»
-----. última estrofe
-----. sem exemplo
-----. sem exemplo
-----. sem exemplo

B
:
-----. metonímia
-----. metáfora
-----. metáfora
-----. antítese
-----. metonímia
-----. metáfora
-----. imagem

C
:
-----. refere-se à razão, ao pensamento, à intelectualização
-----. oposição razão / sentimento
-----. o coração simboliza a sensibilidade, o sentir
-----. a poesia consiste no fingimento da realidade
-----. a combinação de metáforas
-----. a razão representa o raciocínio, o pensamento, a intelectualização
-----. traduz a feição lúdica do poema

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Gripe A: a cura...


-----Se apenas limpando as mãos com uma solução à base de álcool, o vírus da gripe é eliminado, então ingerindo bebidas alcoólicas ele nem se aproxima da pessoa.
-----Assim sendo, todos ao(s) bar(es)! (acto ilocutório directivo)

sábado, 3 de outubro de 2009

Aula 6

. TPC para esta aula:

-----» Visionar a parte 3 do documentário sobre Fernando Pessoa e responder ao questionário abaixo apresentado:


Questionário

Assinale com V (verdadeira) ou F (falsa) cada uma das afirmações, corrigindo os aspectos errados das que considerar falsas.

  1. Fernando Pessoa «vivia para a escrita», actividade a que se dedicou, preferencialmente, em casa, à noite, mas também nos cafés lisboetas e no próprio local de trabalho.
  2. Walt Disney, poeta americano, foi um dos seus mestres.
  3. O vasto espólio de Pessoa, guardado na sua célebre arca, é constituído por mais de 25 mil folhas, todas manuscritas.
  4. O poeta era um homem solitário, vivendo afastado da família e dos amigos, com quem se correspondia assiduamente.
  5. Pessoa frequentava diversos cafés, em tertúlias com os amigos.
  6. A estreia literária de Fernando Pessoa ocorreu em 1912, com a publicação de dois ensaios sobre a antiga poesia portuguesa na revista «O Leão», dirigida pelo poeta Teixeira de Pascoaes.
  7. O Modernismo literário português despontou nas tertúlias do café «A Brasileira», sendo difundido através de uma revista - «Orpheu» -, na qual foi lançado o heterónimo Álvaro de Campos.
  8. Da revista «Orpheu» saíram dois números.
  9. Os três heterónimos mais importantes foram lançados em 1914, tendo o próprio Pessoa traçado o seu perfil biográfico e definido um estilo literário.
  10. Ricardo Reis é um poeta moderno, pagão, influenciado pelo poeta latino Horácio.
  11. Álvaro de Campos nasceu no Algarve e foi o único heterónimo a evoluir em termos de correntes literárias.
  12. Alberto Caeiro, poeta sensacionista, da comunhão com a Natureza, é «o Mestre» de todos.
. Análise do poema «Não sei quantas almas tenho»:
-----» a fragmentação do «eu» em múltiplos «eus»;
-----» a despersonalização, resultante(s) da constante mudança, geradora de instabilidade;
-----» a estranheza de si;
-----» a alma = vida, espírito, «anima», na qual reside a essência do ser, as contradições, os desejos e ambições;
-----» a oposição sentir # pensar - a intelectualização da emoção e a auto-análise;
-----» a incapacidade de prever o futuro porque em constante mudança, facto gerador de angústia;
-----» a noção de que o passado é um tempo a esquecer, porque profundamente negativo;
-----» o livro enquanto metáfora de uma vida;
-----» a tentativa de fuga à racionalidade: a presença da divindade - o «eu» apresentado como um ser perseguido por Deus / Destino, não responsável, portanto, pela infelicidade que o persegue.

.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Aula 5

. Análise do poema «Autopsicografia», sintetizando as conclusões através da apresentação de power point:

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. Elaboração de esquemas-síntese.

. Os protótipos textuais.

. Exercícios.

Capítulo VIII

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