sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Professores em estado de choque perante a possibilidade de MLR se ir embora...

Origem e evolução da língua portuguesa

Na zona sudeste da actual Rússia, existiu uma língua desaparecida a que se convencionou chamar Proto-indo-europeu, da qual nasceram as línguas indo-europeias (ou Indo-Europeu), concretamente o indo-ariano, o tocário, o anatólio, o albanês, o arménio, o báltico, o grego, o celta, o germânico, o eslavo e o itálico.

Para o caso, interessa-nos o grupo itálico, onde se inscrevia o latim, língua da qual derivaram as designadas línguas românicas: o português, o galego, o castelhano, o catalão, o provençal, o francês, o italiano, o sardo, o romeno e o reto-romance.

Do grupo itálico destaca-se, então, o latim, língua falada na região do Lácio («latium» > lácio / latim), constituída por duas variedades: latim vulgar (a língua falada pelo povo, nomeadamente por soldados, comerciantes, funcionários, etc.) e o latim clássico (língua usada na escrita pelos escritores e nos discursos produzidos no Fórum). Ao longo da romanização, a forma imposta pelos romanos aos povos conquistados foi o latim vulgar. Tal sucedeu em diversos territórios e populações, incluindo aquele que constituiria futuramente Portugal. Assim, podemos afirmar que o latim vulgar constitui o estrato da língua portuguesa, isto é, a base do seu léxico.

Todavia, esse latim teve de conviver com as línguas pré-existentes nas diversas áreas ocupadas, os chamados substratos, ou seja, as línguas nativas que desapareceram por contacto com a nova língua, mas que deixaram nela vestígios linguísticos, e que eram, concretamente, as línguas celtas, ibéricas, fenícias e gregas.

Posteriormente, esse latim teve de conviver com as línguas dos povos que, de quando em vez, invadiam os territórios romanos e que nele deixavam as suas influências linguísticas. Estamos a falar, concretamente, dos povos germânicos, nomeadamente dos Visigodos e dos Suevos, por volta dos séculos V e VI d.C., e árabes (a partir de 711). Designam-se estas línguas superstratos.

E assim chegamos ao século IX, durante o qual, nas zonas da Galiza e do norte de Portugal, se usava ainda o latim (na escrita) e uma nova língua, o galego-português (na oralidade). Progressivamente, esta última foi ganhando autonomia, sobretudo a partir do século XII, coincidente com a independência lusitana. Seria el-rei D. Dinis quem teria o papel decisivo na afirmação da língua portuguesa, quando estabeleceu a obrigatoridedade de os livros e documentos oficiais serem redigidos em português.

Posteriormente, o português foi influenciado pelas línguas com quem os portugueses contactaram durante a época das descobertas (sécs. XV e XVI), sobretudo as existentes nas regiões da África, da Ásia e da América onde aportaram.

Com o decorrer dos séculos, a interpenetração linguística foi-se acentuando e, actualmente, o português está repleto de estrangeirismos ingleses, franceses, castelhanos, italianos... Em simultâneo, o progresso técnico e tecnológico foi contribuindi igualmente para o seu enriquecimento através dos neologismos que lhe emprestou / empresta.

Actualmente, o português é falado por cerca de 200 milhões de pessoas e constitui a língua oficial dos seguintes países: Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Timor Leste.