sábado, 28 de novembro de 2009

Bertrand Russel (1872-1970)


«O problema do mundo de hoje é que os estúpidos só têm certezas e os inteligentes estão cheios de dúvidas.»

Aula 22

. Análise do poema "As rosas amo dos jardins de Adónis":
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-----. Tema: a efemeridade da vida.
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-----. Estrutura interna
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-----1.ª parte (v. 1 - v. 8) - a brevidade de vida:
----------» o sujeito poético ama as rosas do jardim de Adónis;
----------» as rosas:
---------------. têm vida curta (nascem no início e morrem no fim do dia);
---------------. simbolizam a brevidade / fugacidade da vida;
---------------. simbolizam a alegria, a felicidade e a beleza efémeras;
----------» a luz e o sol representam o dia, a vida;
----------» a noite simboliza a morte;
----------» ao amar as rosas, o sujeito poético assume o desejo de um presente perpétuo, imutável, uma ilusão de eternidade ("A luz para elas é eterna").
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-----2.ª parte (v. 9 - v. 12) - Proposta de uma filosofia de vida:
----------» o sujeito poético incentiva a sua amada, Lídia, a, juntos, serem como as rosas de Adónis:
---------------. viver o dia presente como se ele fosse a vida toda;
---------------. ignorar voluntariamente o antes, isto é, o passado ("noite antes") e o depois, isto é, o futuro ("e após");
----------» causas:
---------------. a consciência da brevidade da vida;
---------------. a necessidade de aceitar a morte, de modo a evitar a dor e a angústia de nos sabermos efémeros (como as rosas de Adónis).
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-----. Características clássicas:
--------» o uso de personagens da mitologia clássica (Adónis, Apolo) e do onomástico (isto é, nome próprio) latino Lídia (recorrente nos poemas de Ricardo Reis);
--------» o uso de latinismos lexicais (ou palavras eruditas), como «volucres» ("voadoras", mas no poema com o sentido metafórico de «passageiras», «efémeras») e «inscientes»;
--------» o uso de latinismo sintácticos, como os hipérbatos (consistem na inversão da ordem natural daqs palavras na frase), por exemplo, nos quatro versos iniciais e nos quatro finais do poema - a ordem normal seria a seguinte: «Lídia, amo as rosas dos jardins de Adónis, amo essas rosas volucresm, que morrem em o dia em que nascem»; «Lída, façamos assim a nossa vida, o pouco que duramos, um dia, voluntariamente inscientes que há noite antes e após»;
--------» o uso das “rosas” como realidades naturais, símbolo da beleza delicada, da alegria e da felicidade, tomadas como termo analógico da felicidade a que o sujeito poético aspira, segundo o ideal do «carpe diem». De notar que a palavra “rosa” aparece muitas vezes nos poteas líricos latinos, sobretudo em Horácio e Virgílio;
--------» o pendor (tendência) realista, tão do agrado dos clássicos, que consiste em partir da natureza (rosas, sol), para caracterização do estado da alma, facto que aqui acontece por meio de analogias (semelhanças);
--------» o princípio epicurista e horaciano do «carpe diem»;
--------» o tema da efemeridade da vida.

. A coesão referencial.

. Ficha de trabalho sobre a coesão.