sexta-feira, 15 de maio de 2009

Resumo - Cap. II

De acordo com o narrador, a concepção da rainha, a ocorrer, seria um novo milagre dos normalmente atribuídos à ordem de São Francisco. E aponta o exemplo de frei Miguel da Anunciação, cujo corpo se conservara intacto durante vários dias após a sua morte, facto que atraiu um apreciável número de devotos à sua igreja. Noutra ocasião, a imagem de Santo António ter-se-ia deslocado, numa igreja da ordem dos Franciscanos, até à janela, onde ladrões tentavam entrar, provocando-lhes tal susto que os afugentara. Um terceiro caso citado diz respeito a um misterioso roubo de três lâmpadas de prata do convento de S. Francisco de Xabregas, no qual participaram ladrões que penetraram no edifício através da clarabóia e, passando junto à capela de Santo António, nada ali furtaram. Quando entraram na igreja, os frades encontraram tudo às escuras, verificando posteriormente que não era o azeite que faltava, antes as lâmpadas que tinham sido levadas. Tiveram oportunidade de observar as correntes de onde pendiam as lâmpadas furtadas e saíram em patrulhas pelas estradas, em busca dos larápios. Desconfiados de que os ladrões, afinal, talvez se tivessem escondido na igreja, regressaram ao local e só então constataram que, do altar de Santo António, rico em prata, nada havia sido levado.
O frade culpou, então, o santo de ter deixado ali passar alguém, sem que nada lhe tirasse, e ir roubar o altar-mor e deixou o Menino «como fiador» até que o santo devolvesse as lâmpadas. Nessa noite, alguns frades dormiram receosos que o santo os castigasse pelo insulto, mas, na manhã seguinte, surgiu à porta do convento um estudante que desejava falar ao bispo, a quem revelou estarem as lâmpadas no Mosteiro da Cotovia, «propriedade» dos padres da Companhia de Jesus. Esta «confissão» suscita a dúvida se o autor do furto, que desejava ser padre, não terá sido o estudante que, arrependido, terá deixado lá as lâmpadas, por falta de coragem para as devolver. Assim, as lâmpadas regressaram à igreja e o responsável pelo acto nunca foi descoberto.
No final do capítulo, o narrador levanta, junto do leitor, a desconfiança que frei António de S. José terá sabido, através do confessor de D. Maria Ana, da gravidez da rainha muito antes de D. João V.

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