quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Correcção - 3.º Teste

Grupo I

1. O sujeito poético compara a “atitude” de determinados poetas à actividade dos carpintei-ros, visto que aqueles trabalham nos seus versos como os artífices trabalham nas suas obras: polindo, ajustando, fazendo, desfazendo, refazendo. Esta atitude confere artificia-lidade à arte poética, o que o sujeito poético contraria, propondo, em alternativa, a espon-taneidade (“Que triste não saber florir!”) e a «imitação» da Natureza (“Quando a única casa artística é a Terra toda…”).
Em suma, quando compara o trabalho poético à actividade dos carpinteiros, o sujeito poético pretende criticar a artificialidade da criação artística e a intelectualização do sentir, valorizando, por oposição, a espontaneidade.

2. O sujeito poético valoriza o sentir, recusando o pensar, como é visível, por exemplo, no ver-so 9: “Penso nisto, não como quem pensa, mas como quem respira.”. De facto, ele procura apreender a realidade através dos sentidos, privilegiando o captar das sensações das coisas tais como são, numa atitude sensacionista típica de Caeiro.

3. O recurso presente no verso 17 é a personificação, que explicita a relação de harmonia / sintonia existente entre o sujeito poético e a Natureza, sendo de salientar a ideia de suavi-dade, transmitida pela forme verbal «adormecermos».

4.1. O sujeito poético identifica-se com a Natureza, procurando estabelecer com ela uma relação de harmonia. Defendendo uma concepção espontânea e natural do acto poético como o «acto» de «florir», considera que a poesia deve imitar a diversidade e a beleza da Natu-reza (“Quando a única casa artística é a Terra toda / Que varia e está sempre bem e é sempre a mesma…” – vv. 7-8) e, assim, procura identificar-se com ela e com o meio que o envolve, comungando da sua comum «divindade» (“Mas seis que a verdade está nelas e em mim / E na nossa comum divindade…” – vv. 18-19).



Grupo II

1.
1.1. c)

1.2. c)

1.3. c)

1.4. d)


2.
1. – d

2. – e

3. – c

4. - f


3.
“(…) O autor destas linhas (…) nunca teve uma só personalidade, nem pensou nunca, nem sentiu, senão dramaticamente, isto é, numa pessoa, ou personalidade, suposta, que mais pro-priamente do que ele próprio pudesse ter esses sentimentos.
Há autores que escrevem dramas e novelas; e nesses dramas e nessas novelas atribuem sentimentos e ideias às figuras, que as povoam, que muitas se indignam que sejam tomados por sentimentos seus, ou ideias suas. Aqui a substância é a mesma, embora a forma seja diversa.”

Fernando Pessoa, Páginas Íntimas e de Auto-Interpretação



Grupo III

Sem comentários: