segunda-feira, 17 de março de 2008

1. A Época do Renascimento


A época do Renascimento modificou radicalmente o pensamento da Idade Média, na sua procura de construir uma época de modernidade, marcada pelas descobertas e progresso a todos os níveis.


A nível de contexto, são várias as rupturas que se estabelecem com o período anterior:



  1. No século XVI, o sistema feudal findou, o que porporcionou uma maior liberdade social e económica ao povo.


  2. Assim, a economia desenvolveu-se porque as pessoas começaram a produzir para si próprias, sem terem de pagar tributos aos senhores (feudais), podendo, depois, vender ou trocar os seus produtos.


  3. A curiosidade popular pelo desconhecido foi um dos factores que conduziu aos Descobrimentos portugueses (dos quais se destacam a descoberta do caminho marítimo para a Índia e a chegada ao Brasil).


  4. A aprendizagem teórica característica da Idade Média (Escolástica) foi substituída pelo desejo de obter um conhecimento «de experiência feito».


  5. Entretanto, em meados do século XV, Guttenberg criou a imprensa, o que tornou muito mais fácil a cópia, o acesso e a circulação do livro, uma vez que eram produzidos de forma mais célere e em maior quantidade.


  6. Em simultâneo com as descobertas, ocorreu um avanço da técnica de construção naval e dos instrumentos náuticos/de navegação.


  7. Entrementes, começou-se a questionar o poder exagerado da Igreja Católica, com sede em Roma.


  8. Erasmo de Roterdão e, posteriormente, Martinho Lutero defenderam a tradução da Bíblia para as línguas de cada país e a sua livre consulta e interpretação, o que, conjuntamente com outras ideias, levou à designada Reforma Protestante.


  9. Ao nível cultural, os autores desta época começaram a interessar-se pela Antiguidade Clássica grego-romana, visto que, não obstante tratar-se de civilizações muito antigas, continhm ainda uma modernidade e uma abertura de ideias que podiam servir de modelo.


  10. O Homem passou a ser o «centro do mundo» (antropocentrismo). Este interesse e valorização de tudo o que é humano tomou o nome de Humanismo.

    Homem de Vitrúvio



  11. O antropocentrismo substituiu o teocentrismo medieval, ideologia que punha Deus no centro do mundo e das preocupações humanas. Isto não significou que o Homem deixasse de acreditar na divindade, pelo contrário, e contava mesmo com a sua protecção, mas passou a acreditar, igualmente, que , através das suas acções, podia planificar o seu próprio destino, libertando-se da opressão e do medo da «castigadora mão divina».


  12. Mandaram-se construir palácios, praças, fontes, parques, todos os edifícios que se considerassem belos, confortáveis e úteis para o ser humano, por oposição às escuras catedrais e às fortalezas da Idade Média, destinadas a servir os interesses da Igreja e dos senhores feudais medievais.


  13. No que diz respeito à pintura e à escultura, redescobriu-se a beleza e a perfeição do corpo humano, o que está patente nos nus de Miguel Ângelo.

  14. Relativamente à música, o canto gregoriano (destinado aos mosteiros e às celebrações religiosas) foi substituído pelas chamadas músicas profanas de palácio, destinadas a animar o serões de festas.

  15. Ao nível da literatura, revaloriza-se a epopeia, destinada a glorificar grandes feitos e/ou os respectivos heróis, e a poesia amorosa.

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