domingo, 27 de abril de 2008

António Sousa Falcão

Sousa Falcão é o inseparável amigo de todas horas:

  • é fiel e leal a Gomes Freire;
  • é solidário, manifestando constantemente o seu apoio incondicional a Matilde;
  • admirador do general, com ele partilhou sonhos e ideais;
  • sofre juntamente com Matilde, demonstrando toda a sua angústia e desilusão com a condenação do general;
  • não possui, porém, a força interior, a coragem, a determinação e a combatividade de Matilde (apenas uma vez deixa transparecer a raiva e o desespero reprimidos, quando Miguel o acusa de ser amigo de um traidor - "Cão! Covarde! Assassino!", p. 119);
  • fica produndamente desanimado ao tomar consciência de que não há esperança de salvação para o general e, consequentemente, para si, para o povo, em suma, para a pátria;
  • vive, no final da peça, uma crise interior, de consciência, motivada por essa condenação, que o leva a reflectir sobre si e a concluir, desiludido, que:
    -» nem sempre actuou segundo os seus ideais;
    -» foi um fraco e cobarde, pois faltou-lhe a coragem para agir (ao contrário de Gomes Freire, apesar de defender os mesmos ideais) - a própria postura ("ombros caídos e braços pendentes", p. 87) reflecte a sua fraqueza interior;
    -» o reconhecimento da sua fraqueza proporciona-lhe, no entanto, paz interior;
  • simboliza a impotência perante a prepotência e o despotismo do poder.


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