sexta-feira, 2 de maio de 2008

Resumo

Nas ruas de Lisboa, um grupo de populares manifesta o seu descontentamento relativamente à situação miserável em que vive. Um Antigo Soldado, que agora também faz parte do grupo, menciona o nome do general Gomes Freire de Andrade, ao qual tece grandes elogios.
Vicente, um dos populares e simultaneamente um traidor da sua classe, contra-argumenta com o Antigo Soldado de modo a denegrir a imagem do general. A discussão é interrompida pela chegada da polícia, que faz dispersar os populares e traz ordem para levar Vicente à presença de D. Miguel Forjaz, um dos governadores do reino. Em conversa com o governador, Vicente aceita vigiar a casa de Gomes Freire e apresentar os nomes dos responsáveis por uma conspiração que se pressente.
O principal Sousa e o marechal Beresford, representantes no governo da Igreja e do exército britânico, respectivamente, consideram fundamental, tal como D. Miguel, encontrar o nome de um responsável pela conjura, cuja prisão e execução sirva de exemplo a futuras contestações à governação do reino. Ajudados por Vicente, Andrade Corvo e Morais Sarmento (estes últimos elementos do exército que ambicionam dinheiro e promoção), os governadores ouvem finalmente o nome de Gomes Freire associado à conspiração (fim do Acto I).

O general e outros conspiradores são presos em S. Julião da Barra, facto que destrói todas as expectativas do povo e permite a promoção dos delatores.
Matilde de Melo, companheira de Gomes Freire, e Sousa Falcão, amigo do casal, fazem tudo o que está ao seu alcance para o salvar. Assim, Matilde humilha-se e pede a Beresford clemência para o marido, mas o marechal inglês mantém-se irredutível. Procura, em vão, apoio nos populares, estropiados e famintos, responsabilizando-os pela prisão do marido. Informada por Sousa Falcão da situação degradante em que Gomes Freire se encontra, vai, juntamente com o amigo, solicitar a intervenção de D. Miguel, mas o governador nem os recebe em sua casa. A última esperança de Matilde passa a residir no representante da Igreja, o principal Sousa, mas também este considera que os fins justificam os meios e que as razões de Estado se sobrepõem às razões individuais. Deste modo, Matilde assiste à morte do marido e assume a continuação da luta pela liberdade [“Aquela fogueira (...) há-de incendiar toda a terra”], e o seu grito “Feliz-mente há luar...”, a frase final da peça, constitui um apelo dirigido ao povo, que deverá ver na morte de Gomes Freire o incentivo capaz de conduzir à rebelião contra a tirania e a opressão.

Sem comentários: