sexta-feira, 2 de maio de 2008

Vida e Obra

● NOME: Luís Infante de Lacerda Sttau Monteiro.

● NASCIMENTO: 3 de Abril de 1926, em Lisboa, na Rua Liverpool.

● FILIAÇÃO:


  • ‑ PAI: Armindo Monteiro, jurista e diplomata (embaixador).

  • ‑ MÃE:
● ESTADA em LONDRES:

  • partiu aos 10 anos, acompanhando o pai, que aí desempenhou as funções de embaixador;

  • aí conheceu a realidade da Segunda Guerra Mundial;

  • possibilitou-lhe o contacto com movimentos de vanguarda da literatura anglo-saxónica, decisivos para a sua formação intelectual;

  • regressa a Portugal em 1943, após a demissão do pai, ordenada por Salazar, em virtude das simpatias que nutria pelo governo inglês no contexto da guerra;

  • manterá sempre uma ligação afectiva e um fascínio por Londres.

● FORMAÇÃO:

  • Colégio de Santo Tirso (Lisboa), de onde foi expulso;

  • Liceu Pedro Nunes (onde teve como colegas João Pulido Valente e João Abel Manta);

  • Licenciatura em Direito (apesar do gosto pela Matemática), na Faculdade de Direito de Lisboa.
● PAIXÕES:

  • as corridas de automóveis (corredor de Fórmula 2 em Inglaterra);

  • a pesca;

  • a gastronomia;

  • a literatura.
● CARACTERÍSTICAS:

  • não gostava de ser conhecido;

  • considerava Portugal um país demasiado pequeno e limitado (“Nunca encontrei nada em Portugal que não encontrasse melhor lá fora”);

  • era profundamente religioso (encarava a morte como “apenas uma maneira de ir a Deus”);
    ‑ defendia as liberdades individuais e colectivas – o seu lema era “A única coisa sagrada é ser livre como o vento”;

  • a sua relação com a escrita não era fácil e foi o estímulo dos que lhe estavam por perto que o conduziu à produção literária e o conseguiu afastar da inércia que o levava a deixar inacabados vários manuscritos:
    . José Cardoso Pires arrastou-o para o jornalismo e para a ficção (Um Homem não Chora, por exemplo);
    . Nikias Skapinakis, pintor que vivia escondido da PIDE numa casa de Sttau Monteiro, incentivou-o à escrita de Felizmente Há Luar!;

  • opositor do regime salazarista e preservando a liberdade como valor máximo, sofreu perseguições que culminaram com a sua detenção e prisão no Aljube, por alegado envolvimento na revolta de Beja;

  • um dos traços da sua personalidade foi a dispersão e o desbaratar de um talento multiforme.
● PRÉMIOS LITERÁRIOS:

  • Grande Prémio de Teatro, em 1962, para a peça Felizmente Há Luar!.

● MORTE: Lisboa, a 23 de Julho de 1993.

● ACTIVIDADES:

  • → Advocacia: exerceu a profissão apenas durante dois anos.

  • → Corridas de automóveis:
    ‑ corridas de Fórmula 2 em Inglaterra;
    ‑ correu no team Cooper, ao lado de figuras lendárias como Stirling Moss;
    ‑ desistiu da actividade porque esta causava um grande desassossego à família.

  • → Literatura:
    Narrativa:
    . estreia: Um Homem não Chora (1960 ‑ Milão);
    . Angústia para o Jantar (1961 ‑ Lisboa);
    . Chuva na Areia, 1982, adaptação televisiva de um romance que ficou inédito: Agarra o Verão, Guida, Agarra o Verão;
    . característica: denuncia, de forma sarcástica, os problemas da época.
    Teatro:
    . Felizmente Há Luar! (1961 – obtém grande êxito e esgota rapidamente);
    . Todos os Anos pela Primavera (1963 ‑ Lisboa);
    . O Barão (1964 ‑ Lisboa) – adaptação teatral da novela com o mesmo nome, de Branquinho da Fonseca;
    . Auto da Barca do Motor Fora de Borda (1966 ‑ Lisboa);
    . Duas Peças em um Acto (1967 – Lisboa);
    . A Estátua (1966 ‑ Lisboa);
    . A Guerra Santa (1966 – Lisboa, prisão do Aljube ‑ valeu-lhe mais seis meses de cárcere em Caxias);
    . As Mãos de Abraão Zacut (1968 – escrita na prisão de Caxias);
    . adaptação de A Relíquia de Eça de Queirós (1971 – Lisboa);
    . Sua Excelência (1971 ‑ Lisboa);
    . E se for Rapariga Chama-se Custódia (1978 ‑ escrita na prisão do Aljube);
    . características:
    -» poucas peças foram representadas em Portugal antes do 25 de Abril, devido ao seu conteúdo crítico e ideológico;
    -» foi preso pela PIDE em 1967,após a publicação das peças A Estátua e A Guerra Santa, que criticavam a ditadura e a guerra colonial.
    → Jornalismo:
    ‑ colaborou com várias publicações (Diário de Lisboa, Almanaque, O Jornal, Se7e, Expresso, agências de publicidade);
    ‑ redacções da Guidinha (Lisboa, 1971 – O Jornal e Diário de Lisboa – suplemento “A Mosca”);
    ‑ escreveu também sobre gastronomia com o pseudónimo de Manuel Pedrosa, para O Jornal (Lisboa, década de 80).

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